16 de fev. de 2010

PALHAÇADA NA SAPUCAI

CARNAVAL MARAVILHOSO

Calma pessoal, hoje não venho trazer nenhum tipo de crítica ou reclamação com relação aos ultimos acontecimentos na Sapucaí, até porque este carnaval de 2010 está sendo maravilhoso e as escolas de samba tanto na Sapucaí quanto na Intendente Magalhães estão mostrando o melhor de si e dando seus espetáculos, e hoje, venho trazer a novidade que irá alegrar o Sambódromo no desfile do Grupo de Acesso Rio de Janeiro I (antigo grupo B), trata-se da minha querida escola Sereno de Campo Grande, que com todo respeito irá fazer palhaçada na Sapucaí, alegrando nossos corações com o samba-enredo "Abracadabra, o circo Sereno chegou". A escola é do bairro de Campo Grande, na zona oeste do Rio e representada pelo próprio bairro e adjacências e vai mostrar hoje na Sapucaí todo seu brilho e diversão em homenagem ao circo, desde os tempos antigos aos atuais. Veja abaixo mais informações sobre esse samba-enredo:

ABRACADABRA... O CIRCO SERENO CHEGOU
Texto: Pedro Marques
Carnavalescos: Pedro Marques e Luis de Oliveira


"O circo é como o trem: uma coisa romântica, de uma grande ternura, do passado. É uma coisa prática para o povo. Você vai à vontade. O circo tem de ser preservado. É uma dessas coisas que jamais deveriam terminar".
(Dercy Gonçalvez)


No mundo do entretenimento, o circo ocupa uma posição privilegiada entre todas as formas de diversão existentes pelo seu ludismo. Mesmo em tempos de rádio, Tv e Internet, essa antiga arte ainda atrai a atenção de muitos espectadores. Circulando por espaços da cultura erudita e popular, a arte circense impressiona pela grande variedade de atrações e o rico campo de referências culturais utilizado.

ORIGEM DO CIRCO

De fato, o circo demorou muito tempo até chegar à forma sistematizada e por nós hoje conhecida. Há registros que remontam a presença da arte circense antes da era cristã. Na china, sua origem é datada em mais de dois mil anos atrás. Artistas equilibristas, contorcionistas e acrobatas são claramente reconhecidos em artefatos já na dinastia Qin e Han (221ac-220dc). Antigas relíquias, murais em templos e grutas e utensílios veem mostrar ao historiador moderno, que durante séculos, em audiências, imperadores foram fascinados pela deslumbrante performance de artistas circenses nessa civilização milenar.

CIRCO MÁXIMO ROMANO

Foi na Europa que o circo ganhou força e se desenvolveu. Os espetáculos tomaram impulso ainda no império romano. O imperador Júlio César, receoso de que houvesse revolta de seu povo em função do aumento do desemprego, criou a política do Pão e Circo (Panis et Circenses). Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação (distribuição mensal de pães) e diversão. Assim surgia o circo Máximo Romano, anfiteatro que recebia apresentações de habilidades, construído, segundo alguns autores, onde hoje estão as ruínas do Coliseu Romano. Para os espetáculos eram reservados aproximadamente 182 dias no ano. Nesse local ocorriam corridas de bigas (carros de duas rodas movidos por dois cavalos) e lutas entre gladiadores (lutadores escravos treinados na Roma antiga), que se enfrentavam num duelo que só terminava quando um deles morria, ficava desarmado ou ferido, sem poder se defender. Em outras vezes, esses eram obrigados a enfrentar feras, como leões, para entreter o povo. O público (plebeus e nobres) ia ao circo como a uma cerimônia, usando a toga (traje usado pelo povo romano) dos grandes dias, respeitavam a etiqueta e aplaudiam cada aparição do imperador em uma saudação emocionante. Dessa forma o imperador aumentava seu prestígio com os plebeus e os mantinha afastados da política e das questões sociais.

CIRCO NA EUROPA MEDIEVAL

Na idade média, após a queda do império romano, o circo entrou em declínio e a Europa já não tinha a grande força desse tipo de espetáculo, como estava habituada naqueles tempos. Devido a essa lacuna, foram surgindo pequenos grupos de artistas que deram origem ao que ficou conhecido como circo medieval. Vários saltimbancos, como equilibristas, malabaristas, ventríloquos, ilusionistas e músicos vagueavam pelas cidades, demonstrando suas habilidades em feiras ao ar livre, em troca de algumas contribuições. Durante a realização dessas feiras, interrompiam-se as guerras. A paz era garantida para que os vendedores e compradores pudessem negociar com segurança, fazendo suas trocas numa atividade itinerante. Dezenas desses artistas procuravam divertir o povo, que se movia, de barraca em barraca prosseguindo suas compras. Já a diversão da nobreza ficava a cargo dos bobos da corte, artistas do riso, que moravam nos castelos e animavam as festas com suas brincadeiras, músicas e malabarismo. Suas roupas eram coloridas e recheadas com palhas de cereais, aumentando o efeito cômico. Inteligentes e sagazes eram eles, cerimoniários das festas, os encarregados de entreter o rei e a rainha e fazê-los rir.

CIRCO MODERNO

É consenso entre os historiadores reconhecer que o pai do circo moderno foi o inglês Philip Astley, no século XVIII. Esse suboficial comandava apresentações de cavalarias, saltimbancos, saltadores e palhaços. Hoje o circo consiste em uma tenda de lona, estrutura inspirada na arquitetura de povos nômades (ciganos) do oriente, fácil de montar e desmontar. Animais ferozes e seus domadores fizeram parte de um número que surgiu nessa fase (através de decreto de lei 7291/2006, foi proibida a utilização de animais no circo). Fase em que também encontramos equilibristas, mágicos, trapezistas, mulher gorila, atirador de facas e outras tantas atrações com sabor de bala, pirulito, pipoca e algodão doce. Os bobos da corte de ontem são nossos palhaços de hoje. O circo-teatro, que foi um gênero de teatro muito comum e de muito sucesso no Brasil durante o século XX, faz parte dessa história. Pequenas companhias circenses se alternavam por todo o país, apresentando um número grande de textos teatrais, uns cômicos, outros melodramáticos. Trabalhar no circo é também morar no circo, viajar com o circo e levar a "vida de circo".O amor pela arte circense faz com que a fantasia presente nos espetáculos seja passada de geração para geração, fazendo com que essa magia se torne eterna.


ABRACADABRA... O CIRCO SERENO CHEGOU
G.R.E.S. Sereno de Campo Grande
(Sérgio Alan, Victor Alves, Júlia Alan, Leozinho Nunes)

É milenar
A arte que encanta o mundo inteiro
A magia agora é transformar
Essa passarela em picadeiro
Relatos da origem nos remetem para a China
O artista talentoso, o monarca deslumbrou
Força, habilidade, equilíbrio e piruetas
Assim a nossa história começou

(BIS)
Em Roma o criativo Imperador
Com "pão e circo" aquela crise disfarçou
Duelos geniais no Coliseu
Fazendo o Rei cair nas graças do plebeu

Enfraquecido na Europa Medieval
Surge um jeito novo de alegrar
Pelas ruas saltimbancos divertindo o povo
E na Corte, quem faz graça é o "bobo"
O espetáculo insiste em continuar
A lona cobriu, nasceu o lugar
Pipoca, algodão-doce e pirulito
A criançada deslumbrada é tão bonito
Trapezista, mágico...
... Cadê o domador?
Abracadabra, pra vocês o nosso show

(BIS)
O circo Sereno chegou "ô"
Trazendo alegria e diversão
Com todo o respeito, nossa "palhaçada"
Vai encantar seu coração

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